data-filename="retriever" style="width: 100%;">O "mercado" como tem sido designado o poder econômico que dirige o mundo e influi pesadamente nas políticas adotadas pelos governos, cada vez mais, deixa claro de que os países, em sentido amplo, não mais se governam, estando dominados pelo capital internacional, apátrida e sem qualquer outra preocupação além lucro. Tudo, inclusive a pandemia e guerra na Ucrânia, gira em torno de interesses do capital, que exige oferendas dos mortais ao deus mercado.
Os países considerados soberanos estão submissos aos rentistas, fornecendo-lhes um quadro jurídico e de infraestrutura propício para negócios, disfarçados de fomento ao desenvolvimento, emprego e renda, que são cada vez mais escassos.
O poder, nos países democráticos, em tese, é exercido de forma indivisível e indelegável através das instituições do legislativo, executivo e judiciário, independentes entre si e atuando separadamente de forma harmônica. Mas países estão subjugados (uns mais, outros menos) pelo capital apátrida, que como um deus, se coloca acima de todos. Explica-se, assim, o chiste que se ouve seguidamente "Brasil acima de todos e deus acima de tudo". No caso, o deus mercado.
O centro do poder político está sob controle de grupos economicamente dominantes, que impõem seus interesses nas instâncias democráticas de poder (legislativo, executivo e judiciário), que têm autonomia relativa e se apresentam, teoricamenre, como soberanos na representação do povo/nação.
O Judiciário, como um dos poderes estatais, tem por missão manter e reproduzir as relações de controle social, a partir do modelo político e legal dominante. Isto pode passar desapercebido, mas de forma indireta o judiciário reproduz as relações de controle da manutenção do status quo determinado pelo interesse econômico que dita regras e submete as instituições do estado.
A realidade brasileira mostra que ainda mantemos cultura de colônia, que fornece matéria prima para países industrializados processarem e depois nos venderem com valor agregado. Cada vez que se tenta inverter esta lógica, o "deus mercado" intervém, valendo-se das empresas de comunicação que estão ao seu serviço ou, inclusive, da força bruta.
O Brasil, grande produtor de petróleo não tem refinarias suficientes para produzir diesel, gasolina e outros derivados. Vendeu umas e quer vender as que restam e, não satisfeito, quer entregar a Petrobrás para empresas privadas estrangeiras. Por isto pagamos em dólares americanos o valor do petróleo refinado no exterior, que se fosse refinado aqui teria menor preço.
O mesmo ocorre com a mineração, nossas riquezas minerais são exportadas ou contrabandeadas para o exterior, para voltarem industrializadas.
Não é diferente com as grandes empresas dirigidas por capitalistas que, sem ser agropecuaristas, investem no agro, interessados tão somente em produzir commodities.
O planeta está com sustentabilidade comprometida, o deus mercado quer sempre mais. O alimento do deste deus pagão violento e insaciável é o lucro.
Neste pântano, as empresas de comunicação social exercem papel importante ao impor à opinião pública uma visão mercantilista do mundo e favorável as narrativas que interessam aos que exercem o domínio sobre o poder formal.